google-site-verification=HKgE-0WHLx5XuKqnQKjRX7MQbY3hVrNsPmpjDsqaL4Q Autismo: existe vida após o diagnóstico

Autismo: existe vida após o diagnóstico

Contei em ‘Como cheguei ao diagnóstico de autismo do meu filho’ toda a minha saga até obter o laudo. E é o que você encontrará na maioria das histórias que conhecer, cada família tem a sua história até a chegada desse momento.

Mas e aí? Dado o diagnóstico, o que fazer? Como lidar com essa nova realidade? O que eu faço agora?

Autismo: existe vida após o diagnóstico


Muitas mães e famílias relatam que a sensação é de luto, pois percebem que o ‘filho idealizado’ não existirá.

Eu me lembro que quando eu entendi sobre a condição do meu filho, fiquei pouco tempo nesse período de "luto".

Aquelas perguntas que toda mãe se faz: será que foi algo que fiz na gravidez? Por que comigo? Por que meu filho? E por aí vai. Todas elas me rodearam. 

Como eu disse, fiquei pouco tempo nesse período, pois como o diagnóstico do meu filho veio somente aos 7 anos, o que é considerado tardio, eu não podia perder mais tempo, e qualquer pergunta como essas acima que eu me fizesse, não mudaria a realidade que estava ali na minha frente.

O que fazer daqui pra frente?

Bom, a solução e forma de lidar com isso é muito pessoal, cada um lida à sua maneira. Mas naquele momento eu percebi que cada minuto era precioso.

Eu sei que no início é difícil, e em vários momentos podemos nos sentir perdidas, me senti bastante assim no começo. Mas afirmo que a melhor forma de lidar com essa situação é buscar informação, estudar, ler, conhecer, se empoderar.

E principalmente aceitar, aceitar seu filho como ele é. E isso não quer dizer cruzar o braços,  se acomodar e se conformar com a situação, absolutamente não. Quer dizer amá-lo e fazer sentir-se amado, e através do conhecimento que for adquirindo estimulá-lo para que ele desenvolva, e principalmente para construir sua autoestima. 

Importante que você entenda que o autismo não torna seu filho incapaz, o que ele tem é um cérebro que funciona diferente, e por tanto precisa ser trabalhado de maneira diferenciada. 

Algumas coisas que fiz na época me ajudaram muito, vou compartilhar aqui e espero que possa ajudar de alguma maneira:

- Busque as terapias: tendo o diagnóstico em mãos, onde provavelmente constará todas as terapias que seu filho precisa, busque-as, seja no particular ou no SUS, existe uma lei que o ampara e garante direitos a ele, procure meios legais para que a lei seja cumprida; 

- Se informe: Busque conhecimento, informações, leia, e estude. Conheça sobre as leis que amparam seu filho, e procure conhecer de que forma ele aprende e se desenvolve, pois assim conseguirá arrumar estratégias efetivas que farão toda diferença pra ele. Mas aqui eu faço um adendo: tenha cuidado com as informações que acha pela internet, existe muita coisa boa, mas muita informação ruim, que podem comprometer seriamente o desenvolvimento e a saúde de seu filho, então certifique-se da veracidade e eficácia das informações que encontrar. 

- Tenha contato com outras famílias de autistas: Procure por grupos de famílias de autistas nas redes sociais, ou em associações em sua cidade, conhecer outras pessoas que vivem uma realidade semelhante a sua, trocar experiências e vivências, encontrar outros parâmetros e formas de enxergar essa nova perspectiva, ajuda muito, fortalece e anima. Eu, particularmente, conheci pessoas que se tornaram grandes amigas e parceiras de vida nesta caminhada. 

- Siga os autistas ativistas nas redes sociais: Essa é outra coisa que tem feito muita diferença na minha vida e na vida de pessoas que conheço, pois os autistas estão se apropriando do seu lugar de fala, estão vindo nos contar do ponto de vista deles como é ser autista, como eles vivenciam e sentem o mundo e o que eles esperam da família, das pessoas, e da sociedade como um todo. Conhecê-los e acompanhá-los mudou a minha vida e, principalmente, a vida do meu filho. 

- Acredite no potencial do seu filho: por mais que as circunstâncias te encham a cabeça de dúvidas e incertezas, e que a realidade que está na sua frente não te mostre outras perspectivas, ele pode, ele consegue, tudo é questão de tempo e de aprender a respeitar o tempo dele. 

- Não é o fim do mundo:  É o começo de um novo mundo, novos planos, novas perspectivas, eu sei que tudo que é novo pode parece assustador mas é questão de tempo para se adequar, se ajustar, entender tudo o que está acontecendo. 

Essa sensação de: "O que é mesmo que se passa?" vai passar, é normal surgirem as dúvidas, o medo, as inúmeras perguntas que vão rondar a sua cabeça: "Meu filho vai falar, meu filho um dia vai parar de gritar, de se bater? Um dia vou conseguir sair com ele sem ter que voltar correndo pra casa?", sim... Você vai se fazer essas perguntas várias vezes, e a resposta não virá no momento ou da maneira que você espera. E tudo bem. 

Tudo vai depender de como você vai encarar daqui pra frente, mas neste momento quero que entenda que todas as suas questões são compreensíveis, não é fácil mesmo lidar, mas é possível seguir em frente. Respeite o seu tempo, como eu já disse, cada pessoa processa algo em sua vida de uma forma, respeite seu tempo, mas não perca tempo, o tempo é precioso. 

E se achar necessário procure ajuda profissional, um psicólogo, por exemplo, poderá lhe ajudar a assimilar tudo o que está acontecendo, e a se fortalecer para que possa ajudar seu filho. 

Por Eli Nobrega - Por falar em Autismo

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